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Projeto investe na conservação de palmeira da Mata Atlântica

Projeto investe na conservação de palmeira da Mata Atlântica

Se falar da espécie “Euterpe edulis Martius” poucos vão saber do que se trata. Mas, quando se fala em palmito é diferente. O nome científico é da palmeira juçara, que é muito comum na Mata Atlântica, mas que está ameaçada de extinção, em razão do corte da árvore para extração do palmito. Foi o desaparecimento gradativo em algumas cidades do Sul catarinense que despertou o interesse dos pesquisadores do Centro Tecnológico Satc (CTSatc) , vinculado à Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina, no município de Criciúma, em colocar em prática o “Projeto Palmito: conservando e recuperando a biodiversidade da espécie na Mata Atlântica Sul”.

A pesquisa está sendo financiada com recursos da CGT Eletrosul, por meio do Edital de Projetos Socioambientais das Empresas Eletrobras 2021 , que fomenta iniciativas voltadas à geração de valor socioeconômico em comunidades e à recuperação da biodiversidade. Os estudos do Centro Tecnológico Satc iniciaram no final de 2021 e seguirão até 2023. Está previsto investimento de R$ 190 mil. “Essa espécie tem grande importância ecológica, porque representa uma fonte de alimento para aves e outros animais, já que frutifica no inverno”, explica o pesquisador e biólogo do CTSatc, Mauro Zavarize.

REFLORESTAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO

O projeto está dividido em duas frentes de trabalho. Numa delas, os pesquisadores identificam nas matas as matrizes, de onde serão coletadas as sementes para a produção de 10 mil mudas. Em outra etapa, serão plantadas justamente nas áreas onde há ausência do palmito. As pesquisas serão realizadas nos municípios de Morro Grande, Nova Veneza e Siderópolis. Outra linha de atuação prevê o trabalho de conscientização com as comunidades adjacentes. “Vamos atuar junto às escolas, associações de moradores, guias de turismo e outras organizações para reforçar a importância da planta na biodiversidade da Mata Atlântica”, afirma o pesquisador e engenheiro agrônomo CTSatc, Daniel Pazini Pezente.

Além disso, os pesquisadores defendem um manejo mais sustentável. A polpa do fruto da palmeira, que é o açaí, pode ser um desses usos. Hoje, o que as pessoas consomem é o palmito, da planta jovem, em formação. E, para isso, precisa cortar a árvore inteira. Em Morro Grande, na Escola Estadual Ana Machado Dal Toé, o fruto já é experimentado em sucos e farinhas, dando sabor a bolos e pães.

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