Saúde

Federação dos Hospitais de SC reúne gestores após decisão do STF sobre piso da enfermagem

Federação dos Hospitais de SC reúne gestores após decisão do STF sobre piso da enfermagem

A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de SC (FEHOESC), que representa mais de 180 hospitais privados e filantrópicos, além de 3 mil estabelecimentos de serviços de Saúde, promoveu nesta segunda-feira, 22 de maio, uma reunião extraordinária virtual, com a presença de gestores de todo estado. A decisão do ministro Luís Roberto Barroso, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7222), que questiona a aplicação do piso da enfermagem, proposta pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), restabeleceu o piso e abriu a possibilidade para o setor privado fechar acordos coletivos.

Esse é um dos pontos que traz mais dúvidas para os gestores, pois segundo o setor é praticamente inviável. Segundo a decisão do ministro, para o setor privado, o novo piso passa a valer a partir de 01/07/2023. “A decisão é impossível de ser cumprida pelo curto prazo de menos de 45 dias, pois não há tempo hábil para realizar as discussões com as partes envolvidas”, destaca o diretor jurídico da FEHOESC, Rodrigo de Linhares, que fez uma explanação detalhada sobre os impactos da nova decisão para o setor privado e filantrópico em SC.

Outra questão que preocupa, apontada pelo presidente da FEHOESC, Giovani Nascimento, é que não houve a garantia de uma fonte de financiamento para os hospitais privados. “Há o temor de riscos de demissões em massa, além da inviabilização dos atendimentos, o que não gostaríamos que acontecesse”, destaca. A CNSaúde, ao qual a FEHOESC é filiada, já solicitou ao ministro Barroso que reveja sua decisão, pois sem uma fonte de custeio, e sem a desoneração da folha de pagamento, que não foi aprovada pelo Congresso, a gestão das instituições de Saúde fica ameaçada.

Para os hospitais filantrópicos e estabelecimentos de Saúde que atendem até 60% pelo SUS, o ministro determinou que a implementação da diferença seja coberta com recursos repassados pela União. Mas este é outro ponto que deixa os gestores em alerta, pelo temor de falta de recursos para pagamento e indicação de que tais recurso sejam repassados nos próximos exercícios financeiros. Para Santa Catarina estão assegurados R$ 188.540.947,17, que serão pagos em 9 parcelas. Segundo Rodrigo de Linhares, só após assinatura dos termos aditivos por parte dos hospitais, e após o recebimento dos recursos, será possível aplicar o piso. “É importante que os hospitais filantrópicos façam os pagamentos através de rubrica diferenciada, mencionando que se trata de pagamento complementar ao piso, conforme lei e decisão do STF – ADin 7222”, destaca Rodrigo de Linhares.

Só em Santa Catarina o impacto nas folhas de pagamento supera os R$ 500 milhões de reais por ano. Com a definição em Lei, os novos valores a serem pagos são de R$ 4.750,00 para enfermeiros, R$ 3.325,00 para técnicos de enfermagem, e R$ 2.375,00 para auxiliar de enfermagem.

Como encaminhamento, ficou definido que serão realizadas reuniões segmentadas ao longo desta semana, para atender demandas específicas sobre o tema junto aos associados da FEHOESC. E, segundo o diretor executivo, Braz Vieira, a partir de agora será realizada uma análise detalhada junto aos associados, se os recursos complementares que serão recebidos por parte do governo em cada instituição, serão suficientes para atender a decisão do STF. “O objetivo será demonstrar o impacto financeiro juntos aos parlamentares, procuradorias, autoridades de Saúde e sociedade em geral, para que providências sejam adotadas”, destaca Braz Vieira.

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